Ontem doeu muito. Pedi aos céus, num desespero feito de ruínas, que tudo mudasse. Nem tudo mudou. Mas muito. Ontem corri entre lágrimas e lágrimas e procurei consolo numa voz que me sussurrasse um novo amanhecer. Poder desprender de páginas sem marcação, desfolhar sentenças sem que a raiva e revolta me invadisse, aprisionar retratos imaginários por entre capa e contracapa forte. Aconteceu. Acordei com um novo amanhecer que se foi ditando ao longo do dia por sinais irregulares que se me foram despercebendo. Mas foi mesmo no fechar do dia que tudo amanheceu. Mais claro seria impossível. Quando me apercebo que o meu pedido fora atendido. Inacreditável forma de acrescentar pontos e pontos nos ‘is’. Tudo se aperfeiçoa num sentido compatível com a minha perspicácia e sensibilidade humana. Primeiramente, ajudas exteriores. Fazem sentido estar perto. Depois, frases dos outros podem ajudar de uma forma bastante discreta e tornarem -se assim, nossas. Depois o perceber que a chave para decifrar longos textos está nisso mesmo, ter anteriormente percepcionado o sentido da frase que parecia vir entre histórias comuns. As peças do puzzle foram-se encaixando entre parágrafos espaçados na minha mente. A paz voltou ao seu ritmo biológico como que em palavras cruzadas. Entendo agora o rumo que me foi escolhido. Tudo faz sentido. Os meus sentidos foram despidos e eu agora tratarei de os envolver em colmeia racional. Protegida. Forte. Irrefutável. Impermeável. Indestrutível. E sempre cada vez mais doce.
Wednesday, February 14, 2007
S.O.S. ser outro ser
Queria poder pertencer à palavra passado. Ficar nela retida em águas baças. Crescer nos dias do atrás. Vibrar com o baloiço do meu jardim. Ou mesmo brincar às escondidas.
Já não peço para ficar à cabeceira da tua vida. Escusado é viver à porta. Já não me preocupo em mudar o irremediável. Só ficar retida…retida em braços soltos e passos afastados. De dedos cruzados fazendo fisgas para um futuro impróprio. Retida em espaços cúmplices contaminados de poesia. Estando incomunicável. Com tudo, todos e com os meus próprios pensamentos (que parecem nem a mim pertencer). Só me resta dizer S.O.S a uma qualquer presença divina que exista, onde quer que esteja.
S.O.S. – Ser Outro Ser.
Já não peço para ficar à cabeceira da tua vida. Escusado é viver à porta. Já não me preocupo em mudar o irremediável. Só ficar retida…retida em braços soltos e passos afastados. De dedos cruzados fazendo fisgas para um futuro impróprio. Retida em espaços cúmplices contaminados de poesia. Estando incomunicável. Com tudo, todos e com os meus próprios pensamentos (que parecem nem a mim pertencer). Só me resta dizer S.O.S a uma qualquer presença divina que exista, onde quer que esteja.
S.O.S. – Ser Outro Ser.
Subscribe to:
Posts (Atom)