Ás vezes, o prato injusto da vida serve-se frio e
deixa um sabor amargo na boca,
uma mão apertada que dói,
uma nuvem que parece não querer passar de véu,
um espaço que fica por preencher…
Ás vezes, olhamos o chão mais que o céu,
olhamos para trás mais que em volta,
olhamos da mão as costas em vez da palma,
olhamos a cara em vez da coroa…
Ás vezes, esquecemos que as folhas têm, sempre, dois lados…
Ás vezes esquecemos de sentar as recordações numa cadeira,
esquecemos que as constelações são feitas de matéria mineral,
esquecemos que não as podemos deixar secar…
Mas, um velho descansou-me que o meu nome se escreveria mais tarde,
talvez num livro de reclamações.
Disse ele baixinho,
e guardou numa caixa de música:
“ Não fiques triste… Podes chamar por mim. Estou num quarto aqui ao lado.”
Wednesday, April 25, 2007
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