Wednesday, September 17, 2008

Apetecia-me agradecer com um beijo. Fica um mais que um beijo a tua espera...

Monday, September 1, 2008


Há dias em que espero de costas para a porta. Há dias em que me canso de esperar. E sento-me de costas para a porta e espero. Depois adormeço ali. Acordo de manhã e continuo à espera.

Friday, July 11, 2008

Nunca me senti tão estranha e invulgar. O que mais preciso neste momento é passar despercebida entre os outros que são tão iguais. E o que mais queria era que te apercebesses que mesmo querendo que não me vejas, estou aqui e não iria faltar. Esperaste tu e esperámos os dois por hoje ao longo de todos estes meses que nos conheceram.
Descontrolo-me com todos os sons que não pertencem a esta ligação que tu criaste.
Quase que ouço as tuas lágrimas de choro caírem. Quase que ouço a tua respiração e o teu corpo a merecerem a dor. A dor do peso.
Isto é demais para mim. Não consigo estar aqui sem chorar.
Esperaste. Lutaste tanto e eu tive a paciência de lutar contigo.
Um dia vais senti-me. Um dia vais ver-me sentada aqui do alto. Hoje não. Porque tens o peso em ti e tens toda a tua vida com ele. Mas um dia, voltarás a passar por aqui e vais ver-me. Um dia vais acreditar que sinto metade (a mais) do que sentes durante estas horas.
Quando tudo passar, podes contar-me quantas lágrimas choraste. quantas vezes caíste. E quantas vezes pensaste no medo de pensar em desistir. Podes contar-me.
Eu. Se pudesse sentiria metade do caminho por ti. Se pudesse iria ao teu lado durante todas estas horas. E se pudesses ter uma mão livre, seguraria nela durante todo esse tempo.
Sinto-Te como Tu Te sentes.
Ps. voltarei a sentar-me aqui, sempre que puder, de dois em dois anos.

Thursday, April 3, 2008

Compro e descompro a parasugidade dos teus sentidos. A criação do teu mundo é a descriação do meu.

Thursday, March 27, 2008

As paredes estão a ficar gastas e a casa cheia de pouco vento. Ainda bem que existe uma frecha naquela telha. E os móveis ainda não têm pó. Mas a casa está cansada. Cansada de te abrigar, e a ti pouco importa que não a arejes, que passem nela sempre os mesmos ventos estáticos. Pelo quarto, pela sala, e por aquela antiga e tal janela. Aquela que sempre abríamos para fazer amor.

Monday, March 24, 2008

Pincelou gotas de águas diferentes, mas de tons semelhantes numa máscara de madeira. Pena que a madeira absorve das águas tudo o que elas têm. Nem tom, nem semelhança ficou visível. Bebeu a primeira e a segunda e todas as outras gotas que nela foram caindo por sorte da criação. O humano não bebe todas as gotas, o humano escolhe as gotas pela sua transparência e pureza. Não pensando que a sua exigência é feita de desconhecimento, o humano quer sempre o melhor para si. O humano só canta quando ninguém o ouve, para que não ouça o maldizer até da última gota menos transparente e menos pura.

Wednesday, March 5, 2008

Como Água para Sal


Assim como o sal salga o que comemos, os erros não deixam de existir por lhes acrescentarmos água. O sabor já se foi.

Friday, February 15, 2008

Cortaria uma madeixa de cabelo e dar-ta-ia como marcador de diário.

Boa Noite

Friday, January 4, 2008

o amor só é sentido por um. o outro só sente por si. amor, nunca é de dois. quem dera que sentissem da mesma forma os amantes. eles so se sentem por momentos efémeros que apenas duram na eternidade das memorias. e que estas mesmas se esquecem quando o tempo e a dor se aliam com vontade dum ser perdido. minto dizendo que nunca fui um desses seres, amante dos momentos que terminam mesmo antes de
começarem.
perfeito, seria a vida que vivesse no espaço sublime e exacto, e escasso e atordoado das memórias.
aquele que fica sobre a mesa quando te alimentas porque se não morres.

Thursday, December 6, 2007

Hoje foi um dia em que o teu telhado foi feito de vidro.
E o teu chão, sentiste-o de nada e com nada o pisaste.
Sinto medo do que tu sentes.
E sinto medo por saber exactamente o que sentes. E desapareces e cresces. E eu encontro-te sempre. Encontro-te como no primeiro dia. Encontro-te despido e louco de vento e de olhos vendados no passado. E visto-te como da primeira vez. Peça por peça. E levanto cada membro do teu corpo pesado e cansado de ser Homem. Choras como uma criança violada pelo futuro e morres de alma. Visto-te sempre que te encontro despido e longe. E hoje tive mais medo do que as outras vezes. Detesto-te. Todos os minutos e todos os dias. Por querer vestir-te no tempo, assim…

Friday, September 7, 2007

O Outro lado da Agua fez me ver que o regresso das coisas pertence a caixa do tempo. Cada coisa sustenta os primórdios de mim. E vem em carta sem devolução. Traz consigo o cheiro salgado k so os filmes dão aos românticos. Hoje, sinto que o meu chão é a superfície do mar. e vou ao fundo cada vez que expiro para me libertar. As ondas que travam uma luta com os meus membros superiores rebentam nas rochas do outro lado da agua. E por serem mais fortes do que eu, tentam convencer me que ali foi onde eu vivi ate aqui. Que apenas estou a regressar ao lado em que nasci. Pois, prefiro acreditar que por esta agua nunca caminhei.


Passaram se dias disto. Escrevi quando pensava que as coisas não me poderiam mais surpreender. E nunca pensei que se confirma se o futuro da agua. Desta vez o rio não desagua no mar. terei de me segurar a um pedaço de madeira que seja. Fico a espera de que a maré desça e me sustentem so os lençóis de agua k tu secaste. Vou procurar um lugar em terra, longe daqui, longe do que tu foste.. Vou me embora, já falta pouco.

TEMPOs

Pior que a traça,
De nervosismo em trança,
Sem nó na garganta,
Levantou se do desmaio que fora por fora
Do muro escuro.
Lá se foi a nódoa no joelho junto dum ai em sol e dó.
Puro.
Puro.
Duro.
O vento dos Setembros.
Puro.
Levantando o pó,
Sem vassoura teimosa
Mas com um sopro só,
Soletrando prosa dengosa.
Talvez voltes para o ano.
E tragas contigo o pão já partido.
Ou o perigo.
Mas agora vai dormir,
Vai,
Vai sentir
Os meses do sonho vário
Onde te ponho
Por dentro da madeira do meu armário.

Thursday, April 26, 2007

cores contrárias

Somos feitos de cores contrárias
E existem todas as luas nos teus olhos.

Só tenho saudades de sentir os meus pés despidos
E poder tocá-los com as sete gotas que existem no universo.
São sete, todas as gotas que existem.
E tenho saudades das que não existem.
E transformar as saudades em sal, em todo o sal que existe.
E também no sal que não existe.
E transformar o sal em palavras.
Em todas as palavras do mundo.
Mesmo sem o dicionário dos amantes
Tu és todas as palavras que existem.

Wednesday, April 25, 2007

Quarto ao lado

Ás vezes, o prato injusto da vida serve-se frio e
deixa um sabor amargo na boca,
uma mão apertada que dói,
uma nuvem que parece não querer passar de véu,
um espaço que fica por preencher…

Ás vezes, olhamos o chão mais que o céu,
olhamos para trás mais que em volta,
olhamos da mão as costas em vez da palma,
olhamos a cara em vez da coroa…

Ás vezes, esquecemos que as folhas têm, sempre, dois lados…

Ás vezes esquecemos de sentar as recordações numa cadeira,
esquecemos que as constelações são feitas de matéria mineral,
esquecemos que não as podemos deixar secar…

Mas, um velho descansou-me que o meu nome se escreveria mais tarde,
talvez num livro de reclamações.
Disse ele baixinho,
e guardou numa caixa de música:
“ Não fiques triste… Podes chamar por mim. Estou num quarto aqui ao lado.”

Tráfico de Amores

Correntes de água abandonam passos dados por sombras legítimas e
escrevi o meu nome em papel mudo de palavras,
que em vez de gritar o meu, gritou o teu
perto de um quarto vazio de eco,
transbordando de segundos traficantes de amor.

Um segredo segredou-me que me virias despersonalizar…
Em vez de acreditar, edifiquei-me em ti e
preguei quadros na parede.
Enganei-me por ser humana…

Um dia, quero ser bicho e
revelar-me de sonhos naturais à Natureza.
Ser levada por chuvas e ventos fortes,
ser crua de amor, não possuir segredo
por apenas ser o visível,
insecto de asas já batidas…